Revelando os segredos por trás de músicas brasileiras famosas.
Por Giovanna Moretti, Estagiária do Núcleo de Mídias Digitais
Publicado em: 13/05/2024
Muitas canções famosas são criadas a partir de inspirações que seus cantores tem ao longo da vida. E hoje nós viemos te contar o que as maiores composições escondem por trás de seus versos.
Começando por Cidade Maravilhosa. Inspirado na beleza e na energia do Rio de Janeiro, André Filho compôs a música em 1934, em homenagem ao Rio, chegando a ser o hino oficial da cidade. No ano seguinte, a canção ficou em segundo lugar em um concurso de marchinhas de carnaval. A popularidade foi tanta que a música já ganhou tradução em outras línguas e também venceu entre as mais tocadas nos bailes.
A famosa canção do grupo de rock Kid Abelha, lançau em 1984. Escrita por Paula Toller, vocalista, e Leoni, baixista e compositor, a música foi a fonte de toda a popularidade da banda na época.
Uma história real relacionada à namorada de um dos ex-integrantes do grupo, o baterista Carlos Beni Borja, inspirou Como eu Quero. Ao analisá-la podemos perceber que se trata de uma canção que retrata um relacionamento abusivo, descrevendo uma mulher manipuladora, que deseja que seu namorado mude por completo para estar com ela.
“O que você precisa é de um retoque total
Vou transformar o seu rascunho em arte final
Agora não tem jeito, cê tá numa cilada
Cada um por si, você por mim e mais nada”
E então é ai que Paula e Leoni entram. Os amigos escreveram a canção como uma forma de mostrar preocupação pelo que Carlos estava vivendo.
Apesar de ter sido lançada em 1987, é uma música que tem grande impacto nos dias atuais, por nos trazer problemas que ainda persistem no Brasil. A composição de Renato Russo, faz uma reflexão crítica sobre temas como a corrupção, a desigualdade social e o desrespeito às leis e à Constituição brasileira.
A indagação recorrente “Que país é esse?” ressalta a perplexidade e o descontentamento com a situação atual do país. Ao longo da canção, diversas regiões do Brasil, como o Amazonas, Mato Grosso, Minas Gerais e o Nordeste aparecem, salientando que, apesar do país ser abençoado com inúmeras belezas e recursos naturais, existe uma triste realidade marcada por sangue e violência que não pode ser desconsiderada.
Criada por Antônio Carlos Jobim e imortalizada na voz de Elis Regina, “Águas de Março” ficou marcada como uma das maiores gravações da arte musical do país.
Tom Jobim teve a meteorologia como inspiração e as chuvas em algumas regiões do Brasil contribuíram para que o a composição existisse. “Águas de Março” tem por objetivo retratar a transição das estações, do verão ao outono, um período em que momento em que as chuvas aumentam em várias regiões brasileiras. Esse fenômeno meteorológico serve de metáfora na composição para aludir às efêmeras mudanças entre as fases da vida.
Conforme revelam documentos e entrevistas, a inspiração para “Águas de Março” surgiu a partir de uma viagem de Tom Jobim pelo interior do Brasil, onde ele pôde presenciar o profundo efeito das chuvas sobre o quotidiano dos municípios. Essa experiência levou Jobim a capturar e expressar, através de sua música, os sentimentos evocados por essa estação de transição.
“Amou daquela vez como se fosse máquina
Beijou sua mulher como se fosse lógico”
A obra foi criada em uma época marcada pela rigorosidade da ditadura militar brasileira, em um contexto de intensa censura e perseguições por motivações políticas. Após um período vivendo na Itália, desde o começo de 1969 para se afastar da opressão política no Brasil, Chico Buarque regressou ao país em março de 1970. A música alcançou reconhecimento notável, sendo considerada pela enquete da Folha de S. Paulo a segunda maior canção brasileira de todos os tempos e, de acordo com uma eleição feita pela revista Rolling Stone, a maior canção brasileira de todos os tempos. Além disso, teve um papel de destaque na Cerimônia de Abertura dos Jogos Olímpicos de Verão de 2016, onde tocou em um dos momentos artísticos do evento.
A letra apresenta uma crítica à desumanização do trabalhador dentro da sociedade capitalista contemporânea e urbana, sendo transformado em uma engrenagem de trabalho mecânico. Quando o trabalhador faleceu, sua morte é vista como um empecilho para o “tráfego”, o “público” ou o “sábado”.
Apesar disso, em uma entrevista à revista Status em 1973, Chico Buarque enfatizou que, para ele, “Construção” não era uma música de protesto ou denúncia. Ele argumentou que o impacto emocional da música vinha do seu jogo de palavras. Colocando um ser humano no meio desse jogo, como se fosse um simples “tijolo”, acabava por tocar no emocional das pessoas.
AO VIVO - GAZETA FM - 88.1A Primeira
Já, já você vai ouvir...
Pedir Música